sábado, 12 de abril de 2008

Foice para uns, Martelo para outros

Ao longo desta crise sobre o Tibete, achei imensa piada ao facto que ao PCP (Partido Comunista Português) uns serem filhos e outros enteados. Isto porquê? O PCP, durante o Estado Novo, se debateu pela Liberdade, Democracia e Justiça Social, que sabíamos esconder a tentativa de tornar este país de uma ditadura Conservadora numa Ditadura do Proletariado, felizmente não concretizada. Mas achei imensa piada ao PCP a defender a República Popular da China, que todo o mundo sabe que não respeita os Direitos Humanos, que é uma ditadura fora do normal, com censura, fuzilamentos, torturas do pior que há, de um autoritarismo como poucas, que é tudo e faz tudo o que o PCP pós-PREC (Período Revolucionário em Curso) defende. Chegando ao cumulo de fazerem da Liberdade (aquilo que não estava nos seus planos no período conturbado de 1974 e 1975) a sua bandeira política e o 25 de Abril as comemorações de uma farsa do seu código político Marxista-Leninista, que defende uma ditadura, a do Proletariado.
É nestes momentos que se pode ler muito bem as ambiguidades de um partido que expulsa dirigentes e filiados que vão contra aos tubarões e cães de fila do Comité Central, e que não admite pluralismos e alternativas de ideias dentro do mesmo círculo ideológico. Este texto é só uma ressalva na hipocrisia e no fechar de olhos de uns aos seus “familiares” políticos, e das contestações a processos relativamente mais transparentes, que essa gente faz. Tenho dito e não retiro uma palavra.

Kosovo: o (país do) lóbi

Quase dois meses após o Kosovo se auto-intitular independente, à revelia das Nações Unidas, e depois de se observar as reacções que se desenrolaram neste período conturbado que medeia Fevereiro até hoje, resolvi expressar a minha opinião.
Primeiro, sou contra a independência do Kosovo, pois representa a criação de um Estado sem pernas para andar, com uma péssima economia (se é que se pode chamar economia a aquilo), uma taxa de desemprego de 1/3 da população activa, falta de habilitações na generalidade da população e sem as infra-estruturas sociais e mecânicas de subsistência.
Além de que a população do Kosovo não é kosovar mas sim albanesa, isto é, não são originários de lá. Em ponto de comparação, imaginem que há um êxodo maciço de pessoas da Andaluzia para o Algarve, e que depois de umas poucas décadas querem tornar o Algarve independente. Faz sentido? Não, mas é aí que reside o problema, é o que se passa exactamente na Sérvia, e eu estou do lado dos Sérvios nesta questão.
Espanha resolveu, e bem, não reconhecer a jovem república por conhecer bem o problema que representa esta acção independentista, e Portugal, que ainda não se pronunciou, deveria fazer o mesmo, não só por solidariedade para com a Sérvia e com Espanha, mas porque poderá eventualmente ter no futuro problemas do género, talvez a médio prazo.
Acho que a Sérvia foi injustiçada, talvez ainda por uma vingança sobre o que se passou à 15 anos, mas a História já se encarregou de fazer justiça, pois as humilhações que a Sérvia já sofreu, pagam o que se passou, assim como a Alemanha foi humilhada após 1945. Na tentativa de estabilizar uma região, os países Europeus e os E.U.A. geraram um novo problema. Em vez de se separar, a solução devia ter passado por integrar, e essa integração só fazia sentido num único quadro: a União Europeia.
Esta questão faz levantar uma outra: no contexto internacional faz sentido esta fragmentação generalizada? Eu acho que não. É um sintoma que o mundo não vai bem. Não defendo Impérios ou super-potências (do tipo União Soviética), mas sim federações e confederações, uma simbiose que permite identidades culturais asseguradas, mas que no entanto se trabalha para o bem comum, através de complementaridades de valências.
É esta a ideia que Espanha defende, a de uma federação de regiões autónomas ou muito próximas disso, que tem sido bem sucedida (com alguns percalços extremistas), sendo actualmente um país rico, que no entanto tem focos de instabilidade provocados por gente que não entende que não é com cisões que o mundo melhora, mas sim com alianças e pactos de irmandade.
Este pensamento é importante no quadro geopolítico que se avizinha, pois é importante estarmos mais unidos que nunca, em vez de perpetrarmos guerras bairristas que em vez de benefícios, só prejuízos trazem.

Ventos que podem ser de Tempestade

Olhando o mundo como o vejo hoje, acho que a humanidade, nomeadamente o Ocidente, está prestes a colher a tempestade que semeou em ventos depois do 2º Pós-guerra. A tentativa de democratização de sociedades que sabemos que ainda estão a algumas gerações de atingir o patamar mínimo de iluminação (a nível de valores e ideias que reforcem os direitos humanos, democracia, liberdade e fraternidade), que se verificou ser um autentico desastre, cujas dimensões reais ainda não vimos na sua generalidade; os direitos humanos que são falsamente aplicados por esse mundo fora.
As ideias ocidentais, decorridos dos processos de globalização ocidentais, que realizados segundo uma perspectiva excessivamente liberal, não super-visionados e pós-colonialistas, foram mal geridos, por ausência de Ata-turk’s (n sei se é assim k se escreve) e outras personagens históricas de semelhante elevado valor, ou por despreocupação por parte das antigas potências, irão gerar ainda muitas vítimas de fomes, guerras injustificadas, que cada vez mais surgirão nos nossos telejornais e manchetes.
Não quero com isto dizer que seja a favor do apedrejamento até à morte de uma mulher muçulmana que cometeu adultério, ou que colabore com aquilo que se passa actualmente no Tibete, Darfur e Birmânia, nada disso, apenas acho que se nós, ocidentais, 150 anos depois das Luzes vimos cometer no próprio velho continente extermínios em massa e 50 anos depois conflitos étnicos bem próximos da nossa esfera geopolítica, com que direito é que podemos exigir a países que saíram de um longo período medieval até à pouco mais de 80 anos, aplicarem os códigos éticos e morais de uma civilização que 200 anos depois do iluminismo ainda não sedimentou os seus verdadeiros ideais?
Resultado: ingovernabilidade, instabilidade social, guerras civis, doenças, fome e morte, um longo e penoso calvário para povos que a única coisa que querem é subsistir apenas, sem problemas. Quando digo este discurso todo, quero dizer que se tem de repensar bastante bem o modelo de diálogo com África e Oriente, especialmente com o mundo árabe, que vive em estado de ebulição, que se poderá transformar num problema mundial a curto/ médio prazo, caso não se mudarem determinadas políticas.
A única coisa que peço é uma reflexão aprofundada sobre se faz sentido caminharmos para um futuro conflito civilizacional gravíssimo, ou se podemos reformar ideias e estratégias, fomentando um verdadeiro diálogo, no sentido de chegarmos à concórdia.

terça-feira, 1 de abril de 2008

domingo, 16 de março de 2008

Ken Lee

Pois é, isto é que é memorização... de sons
(Tks 'zilla)

sexta-feira, 7 de março de 2008

Americans are NOT stupid - WITH SUBTITLES

Claro que os Norte-Americanos não são estúpidos.... eu até acho que andamos todos enganados, porque Fidel Castro nunca foi um ditador em Cuba e que o eixo do mal eram os próprios EUA, mas enfim, vejam... (brincadeiriha)

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Tapa Na Pantera - 'GANDA MOCA - parte 2

dois milhões de netinhos - o regresso da moca
LOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL

Tapa Na Pantera - 'GANDA MOCA

esta senhora é um pc queimada, pois diz k fuma droga à 30 anos e não é viciada
LOOOOOL
depois diz k fuma em cachimbo pois o papel do cigarro é que mata - LOL
depois diz k a memoria é cada vez mais eskecida, e que por vezes s e esquece do nome....
grande agarrada
;)

brasileirada burra

ela é o verdaderio paradigma da prole feminina, aindas por cima burra.
ela neste concurso ganhou, imaginem se tivesse perdido?!?! o mundo está condunado, se os 186 milhões de brasileiros forem assim tb.... esperemos bem que não;)


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

centenário do regicídio


No passado dia 1, celebrou-se em Portugal o aniversário do assassinato do rei D. Carlos e do príncipe real D. Luís Filipe. Bem, é um dia importante, k deveria ter sido inscrito nas celebrações da República, que terá o seu centenário daqui a 2 anos.

Fiquei contente por ter visto sua excelência o senhor Presidente da República ter entrado nas comemorações do regicídio, com a iniciativa da inauguração de uma estátua em Cascais, numa actitude muito bonita de homenagear um seu antecessor, mas ainda mais, além de chefe de estado, D. Carlos fora um artista e um oceanógrafo que contribuiu importantemente para a exploração do nosso mar.

Mas o dia também teve acontecimentos tristes. No parlamento, e muito bem, um deputado teve a excelente ideia de fazer um voto de pesar sobre o acontecimento, que marcou definitivamente o fim do regime monárquico, e uma viragem na história nacional. Infelizmente, a maioria e a opisção de esquerda votaram contra, numa má expressão de respeito para com a história e para com o regime vigente.

Digo isto porque o deputado e historiador Fernando Rosas, disse que o Parlamento nunca tinha se manifestado na tomada de posição num acto histórico, mas então eu pergunto: afinal o que são as celebrações do 25 de Abril e do 10 de Junho? Não são demosntrações de tomada de posição sobre factos históricos importantes? Que grande hipocrisia de alguns, que se acham donos da verdade…

Mas ainda há mais. Infelizmente e tristemente, houve celebrações em honra dos assasinos, no cemitério, com honras e tudo. Que grande tristeza a minha a ver tal facto, pois tenho que considerar tal ideia como um acto de apologia a um facto terrorista, que pode ser comparado a uma manifestação de saudade e respeito para com Ossama Bin Laden, o que me entristece bastante.

Mas outro facto é a cerimnonia que ocorreu na Praça do Comércio. Estava lá gente importante, mas no lugar de destaque, alguém que não devia, D. Duarte Pio. O senhor D. Duarte, por linhagem não devia ser o herdeiro da coroa portuguesa, pois por linhagem, descende de D. Miguel, que abdicou da pretensão à coroa, conjuntamente com a sua descendência, e por parte da mãe, descende da linhagem liberal, do lado brasileiro da família real, que técnicamente além de ser descendente de D. Pedro IV, como já é ramo da família imperial brasileira, não deve ter pretensões ao trono português, e por infurtunio de sua majestade a rainha D. Amélia, seu pai fora reconhecido como Duque de Bragança. Enfim, quem lá deveria estar seria sim o Duque de Loulé, pois descende da irmã de D. Pedro IV e D. Miguel, a D. Isabel. Além deste facto de linhagem, os duques de Bragança já lançam o filho nestas cerimónias que assume uma postura ridícula, de quem vai herdar a natureza dos disparates do pai e a ingenuidade da mãe por pactuar nos disparates do pai. mas para além dos “pretendentes” ao trono, uma manifestação de apoio aos facínoras por uns anarquistas, que pelos vistos também são apoiantes do Bloco de Esquerda…

Enfim… de uma coisa podemos concluir, que não se prestou muita atenção ao acontecimento no que toca às entidades oficiais, talvez por medo do regime monárquico, ou entao não sei.

Eu penso que em Portugal deveria-se resolver a questão monárquica de uma vez por todas, e isso poderia ser feito, numa actitude arrojada, no prórpio ano do cdntenário da república, através de um referendo que deveria ter sido feito a quando das revisões constitucionais que foram realizadas na década de 1990. Tenho a imperção que os portugueses votariam numa actitude saudosita, além de pensar que que a monarquia morreu e que a república está boa e recomenda-se, mas se bem que o exemplo espanhol e nórdico também tenha um grande peso, pois em Portugal, se bem que ninguém põem em causa a autoridade de sua excelência o Presidente da República, o Prof. Cavaco Silva, e os seus antecessores pós-25 de Abril, acho que ao falta de confiança e responsabilidade por parte dos cidadãos poderia ser colmatada por uma figura que não teria que se preocupar com eleições, nem coisas do género. Mas a questão monárquica implica outras questões, como o período vitalício e a hereditaridade. Talvez a solução estaja num regime misto, realizado há perto de 2000 anos, mas noutros moldes e noutras circunstâncias, mas isso fica para outro artigo…

No passado dia 1, celebrou-se em Portugal o aniversário do assassinato do rei D. Carlos e do príncipe real D. Luís Filipe. Bem, é um dia importante, k deveria ter sido inscrito nas celebrações da República, que terá o seu centenário daqui a 2 anos.

Fiquei contente por ter visto sua excelência o senhor Presidente da República ter entrado nas comemorações do regicídio, com a iniciativa da inauguração de uma estátua em Cascais, numa actitude muito bonita de homenagear um seu antecessor, mas ainda mais, além de chefe de estado, D. Carlos fora um artista e um oceanógrafo que contribuiu importantemente para a exploração do nosso mar.

Mas o dia também teve acontecimentos tristes. No parlamento, e muito bem, um deputado teve a excelente ideia de fazer um voto de pesar sobre o acontecimento, que marcou definitivamente o fim do regime monárquico, e uma viragem na história nacional. Infelizmente, a maioria e a opisção de esquerda votaram contra, numa má expressão de respeito para com a história e para com o regime vigente.

Digo isto porque o deputado e historiador Fernando Rosas, disse que o Parlamento nunca tinha se manifestado na tomada de posição num acto histórico, mas então eu pergunto: afinal o que são as celebrações do 25 de Abril e do 10 de Junho? Não são demonstrações de tomada de posição sobre factos históricos importantes? Que grande hipocrisia de alguns, que se acham donos da verdade…

Mas ainda há mais. Infelizmente e tristemente, houve celebrações em honra dos assassinos, no cemitério, com honras e tudo. Que grande tristeza a minha a ver tal facto, pois tenho que considerar tal ideia como um acto de apologia a um facto terrorista, que pode ser comparado a uma manifestação de saudade e respeito para com Ossama Bin Laden, o que me entristece bastante.

Mas outro facto é a cerimónia que ocorreu na Praça do Comércio. Estava lá gente importante, mas no lugar de destaque, alguém que não devia, D. Duarte Pio. O senhor D. Duarte, por linhagem não devia ser o herdeiro da coroa portuguesa, pois por linhagem, descende de D. Miguel, que abdicou da pretensão à coroa, conjuntamente com a sua descendência, e por parte da mãe, descende da linhagem liberal, do lado brasileiro da família real, que tecnicamente além de ser descendente de D. Pedro IV, como já é ramo da família imperial brasileira, não deve ter pretensões ao trono português, e por infurtúnio de sua majestade a rainha D. Amélia, seu pai fora reconhecido como Duque de Bragança. Enfim, quem lá deveria estar seria sim o Duque de Loulé, pois descende da irmã de D. Pedro IV e D. Miguel, a D. Isabel. Além deste facto de linhagem, os duques de Bragança já lançam o filho nestas cerimónias que assume uma postura ridícula, de quem vai herdar a natureza dos disparates do pai e a ingenuidade da mãe por pactuar nos disparates do pai. mas para além dos “pretendentes” ao trono, uma manifestação de apoio aos facínoras por uns anarquistas, que pelos vistos também são apoiantes do Bloco de Esquerda…

Enfim… de uma coisa podemos concluir, que não se prestou muita atenção ao acontecimento no que toca às entidades oficiais, talvez por medo do regime monárquico, ou então não sei.

Eu penso que em Portugal se deveria resolver a questão monárquica de uma vez por todas, e isso poderia ser feito, numa atitude arrojada, no próprio ano do centenário da república, através de um referendo que deveria ter sido feito a quando das revisões constitucionais que foram realizadas na década de 1990. Tenho a perspectiva que os portugueses votariam numa atitude saudosista, além de pensar que que a monarquia morreu e que a república está boa e recomenda-se, mas se bem que o exemplo espanhol e nórdico também tenha um grande peso, pois em Portugal, se bem que ninguém põem em causa a autoridade de sua excelência o Presidente da República, o Prof. Cavaco Silva, e os seus antecessores pós-25 de Abril, acho que ao falta de confiança e responsabilidade por parte dos cidadãos poderia ser colmatada por uma figura que não teria que se preocupar com eleições, nem coisas do género. Mas a questão monárquica implica outras questões, como o período vitalício e a hereditaridade. Talvez a solução esteja num regime misto, realizado há perto de 2000 anos, mas noutros moldes e noutras circunstâncias, mas isso fica para outro artigo…


quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Pepsi e Mentos

pois é, têm a mania que "ai e tal porque é treta e coisa assim", mas depois acontece mesmo. não tentem fazer isto em casa!!! loooooool


Girl Drinks Cola and Mentos Guess what happens when you drink a liter of Pepsi and a roll of Mentos? Bad, bad things as this girl finds out. NSFW.

cuidados a ter com bebés....

Agora que vou ser tio, tive que aprender algumas coisitas que não se deve fazer quando estamos a cuidar de um bebé

visitem e apreciem
How To (and How Not To) Take Care of a Baby Parents always complain about how ``they don`t handout manuals or instructions`` when they have babies. Well, they do now.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Favaios e Alijó: assim vai este país....snif

Pois é, isto é uma vergonha para todos nós, pois como é possível avançar-se com uma reforma da Saúde em Portugal sem que "pequenas" nuances estetejam resolvidas e as falhas colmatadas? Isto é típico de Portugal, fecha-se primeiro e as alternativas ficam por resolver...
Infelizmente neste caso o senhor supostamente já estava morto, mas e se fosse um de nós? E se fosse um filho(a) irmão ou irmã, pai ou mãe nosso que estivesse em estado grave?
É necessário deixar de aprender com os erros, agindo depois, para criar as condições necessárias a priori, para a postriori não se envergonhar instituições tão dignas como os Bombeiros e o INEM.


quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Virtual Barber Shop

Pessoal, vejam este vídeo, mas tem k ser com headphones, pois não sendo asim, não funciona da forma pertendida.
Tá mesmo fixe!
Tks 'zilla por me mostrares isto =)

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Hjartad Hamast e a minha "Islândia"

Vejam bem estas imagens e digam se não ficam apaixonados por esta ilha magnífica junto ao círculo polar Ártico, a "minha" Islândia, local de múltiplas paisagens, de múltiplos feelings...
apreciem também a música, dos Sigur Ros ("rosa da esperança" em islandês), a Hjartad hamast, do belíssimo album Agaetis Byrjun de 2000.
Agora deleitem-se...

Joecartoon - Superfly (simplesmente fenomenal)

Micro Audio Waves - Down By Flow

Eu, um Anti-Comunista

Cá está o artigo porque tantas pessoas esperavam.
Bem, o comunismo é uma filosofia extremamente estranha, que se baseia num pragmatismo tão grande, que chega a níveis incríveis de complexidade. Antagónico não é? Eu acho k sim.
Que leu o 1984 de George Orwell compreenderá aquilo que digo, pois basicamente, faz uma critica profunda ao regime comunista na sua variante Estalinista.
O Comunismo é uma ideologia que assenta no bem comum, na ausência de propriedade, na partilha laboral, sem fundamento moralista ou ético, num regime em que não há poder de negociação, de oposição, de "refutamento", não à direito à condição individualista do ser, apenas da comunidade. Por isso se apresenta sobre a forma de ditaduras terríveis, como a da CCCP (URSS), Coreia do Norte, Vietname, Cuba, China (mas este ultimo é um caso à parte).
No fundo, é uma utopia que apenas reflecte os ideias de uma sociedade ideal, subvertendo e revogando o papel de cada um na construção dessa sociedade, a importância do "Eu", a valorização de cada pessoa como um ser único, que difere de tudo e todos, que tem sentimentos e que não é apenas uma máquina.
Além do carácter humanista, é contra-natura, pois biologicamente o ser humano é proprietário, é independente, apenas se relaciona com a sociedade numa tentativa de obter melhores benefícios, evitando ao máximo prejuízos em sacrifício dos outros. Somos apenas um, e somos utópicos cada um à sua maneira, mas apenas para nós. O Comunismo não compreende isto, quer subverte-lo.
É neste sentido que eu acho que as ideias que somos todos os anos obrigados a ouvir no 25 de Abril são idiotas. Os senhores com as bandeiras vermelhas a descer a Avenida da Liberdade com dizeres "Liberdade", "Democracia", são hipócritas, pois sabem que não é isso que defendem, que as ideias filosóficas pelas quais se regem vão chocar contra aquilo que dizem defender. Não foi Álvaro Cunhal que disse durante esses dias conturbados de 1974 que Portugal nunca iria ter um parlamento? Quem tem moral para defender uma ideia e apregoar outra oposta?
Temos que reconhecer uma coisa, os comunistas sofreram muito durante o Estado Novo, isso é certo, e deve ser dado o devido valor pela sua resistência, mas o discurso dos velhos coitadinhos, isso não, pois isso é a cassete, e o mundo em 34 anos mudou muito. Mudou tanto que agora vemos os alicerces sobre os quais fundamos a nossa Democracia (Estado providência) a serem alvo de sapamento por múltiplos vectores, que decerto mudarão a história, e que farão esquecer e enterrar definitivamente a cassete.
Uma coisa podemos possivelmente dizer: O Comunismo como outros sistemas políticos totalitários que regeram o século XX, nasceram e morreram com esse século, esperando-nos um futuro incerto relativo à forma como os nossos interesses serão regidos, pois aquele sistema que todos diziam ser o mais justo e correcto, a Democracia (de que natureza seja), começa dar sinais de doença grave, que não sabemos ainda qual o antibiótico. No entanto colocamos pensos rápidos e tomamos umas aspirinas para esquecer as dores, mas um dia, um dia o sistema vai ceder e o rumo que tomaremos vai ser difícil de definir.

uma simples folha de papel

Ontem à noite enquanto eu via o magnifico filme "o Carteiro de Pablo Neruda", uma das cenas que apareceram era o carteiro, que na fronte tinha uma folha branca, e olhava para a noite vazia, à procura de inspiração para escrever à sua amada Beatrice. Depois de não conseguir nada escrever à sua amada, decide copiar um poema de Don Pablo (como trata Pablo Neruda), que o escrevera à sua esposa.
Esta cena fez-me pensar em muita coisas....
Será que já alguém pensou na beleza de uma folha branca, pautada ou não? Uma folha branca é mágica, pois a partir dela podemos fazer, literalmente tudo o k se quiser. Uma folha branca é pura, no sentido que enquanto imaculada, é a verdadeira essência abstracta, pois é nela que acenta os alicerces de tudo e mais alguma coisa.
Nela escrevemos poesia, que é a música da nossa alma; nela escrevemos e descrevemos as nossas vidas, as nossas emoções, as nossas rotinas, as nossas memórias, as nossas mensagens, as nossas divagações, Nela inscrevemos marcas, traços, pontos, tramas, que basicamente exprimem, quando e como quisemos, sob a forma de desenhos e pinturas, formas de estar, a figura estética, tudo a aquilo que imaginamos, vemos ou apenas visualizamos.
Nela, damos novos mundos ao mundo, sob todas as formas, e no entanto, continuamos a não ligar ao seu enorme potencial, à sua referência, à sua extrema importância no mundo, ela que foi, mais do que a roda, a invenção mais importante do ser humano, a folha de papel, pergaminho, do que se quiser que ela entre.
A folha de papel exprime a abstracção máxima, apenas, e só, quem compreender o seu potencial, como de uma tela, ou outro suporte de características semelhantes, será o verdadeiro artista, porque que sabe que tem o universo físico e imaterial ao seu alcance.

é de pessoas como esta k o mundo precisa

é esta gente k nos informa todos os dias?

A verdadeira gafe... loooooooooooooooooooooooooool

Depois acusam o homem de populismo, a verdade é k apenas disse a verdade...LOL

Credebilidade do Sr. Carvalho Pinto de Sousa (vulgo, José Socrates)

Gato Fedorento - o vulgar Portugal (lol)

Gato fedorento - Alberto João no seu melhor

Eleições Americanas

sábado, 12 de janeiro de 2008

Neologismo do Prole (parte 2)

Decerto que já falei numa caracterização de prole, mas é que este conceito é mais vasto. Também existem proles noutros sectores. Um prole basicamente é aquele que tem um conjunto de objectivos de vida muito restritos, pequenos, pouco ambiciosos, aleados a uma fraca capacidade de raciocínio e de interpretação da realidade em que vivem, que se contentam e aceitam tudo o que lhes dizem, mesmo que façam uma tempestade num copo de água.
No fundo, é uma pessoa que não usa as suas capacidades sensoriais e de conseguir raciocinar para melhorar a sua vida a nível intelectual, administrativo, profissional e social, isto é, acomoda-se.
Os neoproles irritam-me. Isto porquê? Porque na geração em que vivemos temos todos as capacidades e oportunidades de conseguir aumentar o nosso conhecimento, de desenvolver a sua visão de um futuro risonho, com uma mente que consiga olhar para lá do nevoeiro em que nos encontramos, mas que no entanto são desperdiçadas todos os dias.
Este não é um discurso político, muito menos elitista, porque como referi na parte 1, não pudemos ter um país de doutores e engenheiros, mas um país mais rico culturalmente (no sentido literal da palavra), porque um povo burro, é um povo que não progride, e o nosso, infelizmente, não dá sinais de muita inteligência. Porquê? Porque por mais cacetada que levemos (e na História de Portugal há muita), nunca conseguimos aprender verdadeiramente a lição.
Um dos poucos aspectos que na minha opinião a Revolução de Abril poderia trazer à nação portuguesa é o facto de que havia a oportunidade de conseguirmos evoluir, da cultura para todos, do fim da ignorância e do analfabetismo. O analfabetismo à letra diminui drasticamente, mas o intelectual decresceu pouco.
«O Traje de um homem indica aquilo que faz, a maneira como caminha, aquilo que é», já dizia o outro, e eu atrever-me-ia a acrescentar que a forma como fala também indica aquilo que é. É neste sentido que o sonho europeu para nós está a acabar, que nos amarguramos com o facto de Espanha e os 10 últimos começarem a ultrapassar-nos, com o facto de poucas empresas estrangeiras apostarem no rectângulo, e as que apostaram começam a abandonar-nos. Isto tem tudo um encadeamento lógico, porque em vez de usufruir os dinheiro dos contribuintes europeus apostando na formação, na construção de escolas e universidades, estes fundos foram usados na compra de automóveis de topo de gama, na construção de vivendas de profundo mau gosto, na compra de habitações no Algarve e em férias no Brasil.
Se o valor do euromilhões fosse entregue a um prole, a primeira coisa que fazia era, com certeza absoluta, uma grande viagem, comprar um grande carro e uma grande casa, e torrar o resto dos euros futilmente. Se entregássemos o mesmo valor a um não prole, aposto que iria apostar em investimentos a médio e longo prazo, não querendo dizer que não comprasse uma casa nova e um carro novo, mas estou convencido que nunca iria esbanjar tudo de forma inoportuna, mas assegurar que conseguiria manter uma soma razoável, e até mesmo aumentá-la, querendo salvaguardar o futuro, e só depois adquirir aquilo que lhe dará um melhor conforto.
O que quero dizer com tudo isto é que temos que começar a usar os miolos em vez de os conspurcar com ideias demasiado banais, partindo para uma concepção de alargar horizontes e não nos deixar ficar por aquilo que nos é apresentado, porque no fundo, os Proles são os Velhos do Restelo, pois criticam os outros na sua ambição da busca do desconhecido, mas quando o incógnito começa a dar frutos, aproveitam-se dele de forma impiedosa e sem uma matriz de exploração que possa aumentar o capital que permite ir mais além. Isto sim, é um verdadeiro prole, e eles andam por aí.

Neologismo do Prole (parte 1)

De certo que já me ouviram, nem que por uma única e pequena vez, falar dos Proles. Bem, na tentativa de esclarecer a diferença de conteúdos no que toca a estas palavras homófonas e homógrafas, uma pertencente à Língua Portuguesa e outra um neologismo, resolvi divulgar a minha definição.
Ora, segundo o Dicionário da Língua Portuguesa (Porto Editora, 2001), a palavra Prole significa descendência, progénie, os filhos ou sucessão, derivando da palavra Proletário, cuja a sua definição se traduz por aquele cujos recursos provêm apenas do seu trabalho manual ou individuo pobre que vive do seu trabalho mal remunerado. Esta expressão era utilizada na antiga Roma e na Revolução Industrial para classificar o funcionário de uma qualquer empresa ou fábrica, que vivia num casebre e tinha um rancho de filhos que seguiam as suas pisadas. A minha definição é diferente, que desenvolvi depois de ler o livro 1984, em que se fala da questão das proles.
A minha definição para o neologismo Prole é a seguinte: um prole é um individuo que nasce numa família da classe média baixa, ou na classe baixa, fora dos grandes centros urbanos, que não estuda, só gosta de jogar futebol, acaba os seus estudos entre o 7º ano e o 9º ano e vai trabalhar para uma oficina de automóveis ou para um café cuja especialidade são caracóis, orelha de porco, torresmos e etc., isto quando o seu destino não é as obras ou algo relacionada com a construção civil; é um profundo adepto do boné com a pala para trás ou à banda, tem por vezes uma barba que se traduz por um leve traço negro, quixotesco, que vai de uma patilha à outra, passando pelo queixo onde bifurca para um bigode ridículo; a sua farpela é uma T-shirt com dizeres como “Oficina de pintura e bate-chapa do Quim-Zé”, no Inverno, ou troco nu durante o Verão; à noite, quando vai sair, usa uns jeans da Salsa ou Modalfa, e umas camisas com riscas diagonais de cores berrantes, com um relógio dos chineses a imitar um Swatch Scuba da colecção lançada em 2005, com um cinto dos marroquinos chatos como um raio, cabelo com gel com popas ou cristas néscias, e para rematar, um fio de ouro com uma crucifixo, sendo a moda agora um terço fluorescente fabricado na incrédula industria dos santinhos de Fátima, valha-nos Deus, Virgem Santíssima…
Mas ainda não acabou, pois a sua paixão é o automobilismo quitado, ou seja, o tunning, onde ouvem música em altos berros, martelada de preferência, ou aquele ritmo electrónico com base nos timbres africanos, com o qual atacam junto das escolas básicas do 2º e 3º ciclo em busca de pitas que se armam em boas, que começam nas andanças do fornicanço e do fumar quando têm apenas 12 ou 13 anos, numa tentativa de ostentação e de maturidade que nunca atingirão, acabando casadas à força com um dos proles que a engravida, isto quando não ficam mães solteiras e a trabalhar em bares como o Trevo, o Excalibur, o Tasco, e outras desses clubes nocturnos da luz vermelha, sobre os quais não faço mais publicidade, onde os proles mais velhos se juntam para esquecer a mulher obesa que têm lá em casa, sonhando com nacos de carne que mais parecem bicicletas: porque todos já deram um voltinha com ela.
Depois de casar, o prole passa férias no Algarve, onde aluga um espaço num parque de campismo ou um T2 para os 3 filhos, para sogra, para canário e para o canito, isto é, está claro, se não conseguir vaga no parque de campismo da Trafaria, esse paraíso turístico, à beira Tejo, com uma vista gloriosa para os silos de aço inoxidável e para a linha de Cascais, onde um dia, quando ganharem o Euromilhões, sonham comprar um T3, com vista para a Marginal, nem que seja só da janela da casa de banho. Mas voltando ao inicio do parágrafo, depois de casar e de passar férias no Algarve em alternativa ao parque de campismo da Trafaria, o matrimónio deixa descorar o físico de cacifo de trolha e entra no vício da mini, que dá aquela barriguinha de cerveja que nunca mais o deixa visualizar o, agente sabe, a não ser pelo espelho. Ao fim de semana, quando não vai para o café jogar à sueca e falar de suecas, veste o belo do fato de treino listado de verde e cor-de-rosa e ruma ao sítio onde limpa a vista do dia a dia: o centro comercial.
Quando os seus filhos já estão crescidos, a Cátia Vanessa e o Bruno Cristiano, o Prole fica orgulhoso por ver que essa tal coisa de genes funciona mesmo, ou seja, seguem as pisadas do pai e da mãe, ou seja, tornam-se também eles Proles – a Natureza é poupadinha e não quis gastar muitos neurónios em cérebros que à partida só servem para assegurar as suas funções vitais.
Em muitos locais da pátria lusa os Proles, os que entram na categoria do neologismo, são chamados de Azeiteiros (Norte) e Malveirão (região Noroeste do Distrito de Lisboa). Este texto pode ser muito sarcástico e negro mas eles andam por aí, eles existem, porque se não fossem eles, teríamos um país afogado em licenciados em tudo e mais alguma coisa, e no fundo, é necessário alguém para acreditar nas promessas do Governo da República, alguém para votar no PCP e ir aos comícios do Alberto João Jardim, alguém que não tem ambições para o futuro além de ver o seu clube ganhar a primeira liga, pessoas cujo o único livro de leram foi o do Mourinho, e mesmo assim não passaram do primeiro período de Prefácio. Em fim, pensam como podem, porque só assim se explicam as suas vidas tristes, sem interesses, sem ambições, ou seja, não são humanos mas sim seres vivos irracionais, que não vivem aquilo para o qual a sua natureza os criou, sendo apenas meras formigas, com uma rotina fixa, fútil, isto é, secante.
Um dos meus grandes desgostos é viver num dos seus territórios, a região norte sintrense, mas enfim, aprendi a compreender estas mentes vazias de cultura, porque afinal de contas, temos que ter ambições, nem que seja as de tentar não ser como eles.

Ditos matinais

Numa manhã destas,
Quando a insónia me assolou,
Desisti de contra ela lutar
E decidi que era momentâneo o despertar.
Os raios de sol
Tímidos e vagarosos,
Rompiam a frágil alvorada
Acalentando mais um novo dia.
Os pássaros, esses,
Chilreavam alto, numa agitação estonteante,
Daquelas de que é preciso cedo levantar
Porque é importante aproveitar o tempo que lhes resta.
Ao longe, a serra, com a sua fortaleza do Graal
Atracava no seu porto diurno
Vinda de mais um mar de brumas,
Um mar que seca com o dia, albergue dos seus mistérios
Que por mais que tentamos
Só a eles pertencerão, sempre e apenas.
Os rasgos vermelhos abrem o céu,
Chama que acalenta a esperança de mais um dia de vida
Ou melhor: “sobrevida”.
Ponho-me a pensar,
Meu maldito pecado eterno,
Que tarde era para recuperar aquilo que tanto procuro,
Voar livre de uma vida agrilhoada,
Perdido nas brumas dos dogmas insondáveis,
Frios e cinzentos que esmorecem a razão.
É neste contexto todo que vejo,
Assombrado e quase conformado,
Que da tristeza e solidão sou filho
E que por mais que tente e labute,
Desse laço familiar nunca irei me livrar.

Rasgos Utópicos

O que é uma utopia?
Um mundo imaginário?
Uma irrealidade?
A Perfeição impossível?
Não e Sim,
Tudo e Nada.
Afinal o que é?
Esta é simples e complexa,
Tão complexa como filosófica,
Tão filosófica como racional.
Mas o que é a Razão?
Questões e mais questões
Que tudo se apresenta tão claro, e simples.
As utopias somos nós
Sim, nós.
Porque, então, nós as somos?
São o nosso ser, a nossa alma
Uma alma que para nós é perfeita,
Inabalável e sólida.
Então porque não a conseguimos agarrar?
Questão fácil e pretensiosa.
Não o fazemos porque a procuramos no exterior,
Deixando o interior à deriva e intocável.
Talvez, não sei, se olhássemos um pouco para nós próprios
Descobriríamos que afinal o nosso exterior seria ela.
Poderíamos corrigi-la,
Observando o que de mau há em nós
Purificar-nos-íamos e assim
Tornar tudo à nossa volta perfeito, implacável
Sobretudo grandioso.
Isto é uma Utopia,
Uma Utopia tentada, mas que se todos não a celebrarmos
Será novamente uma irrealidade, uma miragem
O vazio, a insignificância
Talvez o pior,
Nada.

ditos de vérpera de Lua Nova

Olho a noite escura
Escura, negra, como meus olhos
Olhos de minha alma, opacos
Do espelho desta o deixarem de ser
Porquê? Não sei
Porque nós escolhemos o nosso rumo
Rumos que marcam a nossa vida
Essa, que não volta atrás
E assim, nós
Simples e efémeros mortais
Desgraçados do mundo
Cada um à sua maneira
Vagabundos do seu próprio ser
Mas repito,
Olho a noite escura
Essa que muitos acham
Com muita ou pouca razão
Isso não sei, não sou poeta
A grande conselheira, ou,
Diria mais
A eterna companhia da solidão
Esse ressentimento tenebroso
Que nos faz indagar
Pensar, reflectir – sofrer
Por tudo, pelo nada
Por aquelas coisas que, como a vida,
Nos passam pelas mãos
Como arei fina de extensas aluviões
Dos tempos imemoriais
E áureos da nossa inocência
Brancos e finos – limpos e incorruptos
Contrários à noite, à solidão
Que são frios e escuros
Como o meu âmago
Como eu
Que por mais alegre e quente que surja
Aos outros, claro
Para mim, cá dentro
Estou corrompido pela dor
Gélido e distante
Incompreendido nas ideias.
Só algo me alivia e vicia
Essa noite escura e fria
Droga que me mata
Até que um dia virá
Mais próximo do que imagino, talvez
Vem para aclarar esta noite escuridão
Aquecer esta bruma gélida
Para, talvez, não sei
Repousar em paz
No teu amor
Sob teu olhar
Tu, estrela vespertina
Esperança do amanhã

Surrealidades

A surrealidade é uma particularidade de quem não tem noção da realidade e quer impor a todo o custo as suas necessidades e ideias sem qualquer fim objectivo a não ser a realização pessoal de um sonho perdido. É preciso cair na terra, mesmo que isso doa, mas ajuda a perceber o mundo e as suas condições e regras do jogo, porque senão, seremos esmagados e o verdadeiro peso da verdade e constatação nos matará. O seu orgulho, o da surrealidade, fará com que perca tudo, num único momento, ou muito lentamente, criando uma bolha recheada de espelhos e produtos de beleza, uma verdadeira forma de cultivar o ego, um Narcisismo que nos fará afogar no mar da desolação e da guerra futura, o medo, a aflição, porque um dia a escada cairá e o abismo abater-se-á sobre nós, até que mais ninguém se lembre.É preciso não confundir esta surrealidade com a surrealidade criada pelos artistas nos anos 30 e que persiste até hoje. Talvez alguns deles tenham padecido desta terrível doença provocada pela primeira, e por isso não apareçam nos anais da história, uma forma de vida que se abateu sobre eles, mas a outra, a que transfigura, essa é aquela que todos nós deveríamos seguir, conseguir ver e trabalhá-lo. Este segundo foi criado ao longo de gerações, amamentando mitos e lendas que nos faziam sonhar com uma utopia inalcançável e distante, que nos dava uma lição de moral, o cultivar da ética da vida e do brotar dos nossos valores, dos mais negros e obscuros, aos brancos como linho e transparentes. Alguns passaram essas formas para telas, partituras e papéis, mas a verdadeira mensagem ficou sempre com eles, incapaz de ser transmitida, porque ainda a linguagem do verdadeiro pensamento, é ainda hoje, muito pouco explorada, é só compreendida por alguns, deixando os que a desprezam e humilham de fora.Este desprezo e “isolação” faz com que os agricultores destes campos férteis, tenham que criar bonecos de pano, e plástico, e madeira, e arame, para afugentar os pássaros negros que querem comer as cariopses destas novas formas de observar e conduzir a imaginação, apenas. Algumas são consumidas pelas obscuras aves pré-clássicas, para quem só o velho e longínquo passado, já ido, conta e tem valor.

Crise? Qual crise?

Bem, no último casamento a que fui, o celebrante fez um discurso que me faz reflectir um pouco sobre a questão. No fundo, ele falou das crises que assolam o Homem, e falou daquela que Portugal vive. Então, na opinião do sacerdote, que tipo de crise existe em Portugal? Na sua opinião, económica não é com certeza, porque nunca houve tanto dinheiro a circular nas mãos dos lusos como hoje em dia, e que o nível de pobreza é muito inferir ao de à 30 ou 40 anos, em que uma sardinha dava para a refeição de cinco pessoas ou mais, em que não havia telemóveis, nem televisões em todas as casas, que não havia o enorme vício do tabaco como há hoje, em que não existia o Rendimento Mínimo Garantido, agora com o pomposo nome de Rendimento Social de Inserção.
Mas o padre continuou, e questionou-nos se era uma crise de Segurança, e a sua opinião era que não, porque nunca houve tantos meios de vigilância e nunca houve tantos polícias e guardas como hoje, mas que também nunca houve tantos ladrões e métodos de por a mão ao bem alheio.
Então a crise é a nível do Ensino? Não, porque nunca houve tantas escolas, tantos computadores, tantos professores, tantos meios de levar as crianças à escola, tanto acesso à rede de informação global (Web), tanto conhecimento e acesso a este como existe hoje.
A crise é na Saúde? Não, porque nunca houve tantos hospitais, nunca houve tantos médicos, nunca houve tantos enfermeiros e tantos métodos de curar muitas doenças, como há hoje. Antigamente, só se ia aos Hospitais quando o problema era realmente grave, enquanto hoje, se tivermos uma dor de dentes, em vez de ir ao dentista no dia seguinte, chamamos os bombeiros às quatro da manhã para nos levar ao hospital. Também no passado se morria de pneumonia, de gripe, com uma constipação mal curada, como sífilis, hoje em dia todas estas doenças têm cura.
Mas então é uma crise política? É, mas não no sentido que estão à espera que eu fale, porque vivemos num Estado Democrático e Social, com uma Constituição, com Liberdade, pertencente à União Europeia, onde deixamos o «orgulhosamente sós» do professor Salazar para o «vamos a todas» dos governos do doutor Durão Barroso e do engenheiro Carvalho Pinto de Sousa (apelidos de José Sócrates).
Mas afinal em que crise vivemos? Aí está a questão a que devíamos ter respondido há cerca de 6 anos, mas que adiamos. A crise em Portugal, e que um pouco por todo o mundo se vive, é a de uma crise nunca antes vista de Valores e de Consumismo. Uma sociedade para funcionar correctamente, entre muitas coisas, necessita de valores base, que a atravessem transversalmente, que exprimam um conjunto de regras que funcionem como alicerces, forças intrínsecas que a possam fazer crescer e movimentar-se para o Futuro. Estes valores diluíram-se com os tempos, e a sociedade em que nos encontramos vive de olhos vendados, sem conseguir responder às necessidades de todos, traduzindo-se em injustiças sociais, formas incorrectas de usufruto dos serviços das Instituições da República, em falta de motivação para o aprofundamento cultural e intelectual como profissional, ingredientes que fazem com que este bolo tenha como sabores o desemprego, a falta de condições nos hospitais e restantes serviços públicos, a possibilidade dos alunos agredirem os professores, a formação de bandos, etc.
Outra crise, mas relacionada com a economia é o facto da globalização começar a apresentar alguns aspectos negativos, como o Consumismo Desenfreado, e o Capitalismo Selvagem do «se não dá lucro, fecha-se e manda-se os funcionários para o Fundo de Desemprego», transformando o Organismo Central de um País, a Administração Pública, num Estado Social que não consegue dar vazão a tantas solicitações, em vez de se concentrar naquilo que lhe diz respeito e que lhe compete.
São estas, afinal, as crises em que vivemos, e que tão cedo não nos vão largar.

Visões sobre a Paisagem, pelo Prof. Gonçalo Ribeiro Telles

"Nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e em redor das maiores cidades do nosso país, afogando aglomerados urbanos de certa importância, crescem, imparavelmente, conjuntos de edifícios de grande volumetria ocupando, indiscriminadamente, as localizações mais absurdas: leitos de cheia de ribeiras, encostas abruptas, solos férteis.
Os loteamentos que promovem estes empreendimentos assentam num desenho simplista de arruamentos que desconhece as qualidades morfológicas e as marcas culturais do território e é repetido até à exaustão. Trata-se do modelo que apelidamos de «suburbano», que desconhece os valores e a circunstância ecológica do mundo rural.
A localização casuística dos empreendimentos e o alastramento injustificado do espaço que espera ser edificado ou é oficialmente edificável ou prejudica a economia nacional e degrada a própria vida social. Traduzindo-se na destruição de recursos do território, na degradação da saúde física e mental das pessoas, no aumento da criminalidade e da marginalidade social, decadência da cultura e no egoísmo individualista das comunidades, o que se reflecte na vida das famílias.
Paralelamente a este desenvolvimento especulativo do facies urbano, surgem os bairros clandestinos com moradias que, bem depressa, se transformam em prédios, até a rudimentares casas, construídas com restos de demolições.
Espera-se que, no primeiro cartel deste século, mais de 80% da população mundial viva em cidades e aglomerados de características metropolitanas, tanto no mundo considerado hoje desenvolvido, como no chamado terceiro mundo.
Neste último século, grassa a fome, a doença, a poluição, o desemprego e o crime. Sucedem-se inundações e derrocadas, em certa medida, provocadas pela natureza caótica dos aglomerados. As consequências dos sismos são agravadas pela fragilidade das construções. Todos estes factos afectam populações, muito carenciadas, quer económica, quer socialmente. A fuga, para o mundo desenvolvido, das populações marginalizadas à procura de trabalho e de condições mínimas de vida é um dos problemas mais graves a ter em conta na economia e ordenamento do território dos países europeus.
A globalização das economias e as imigrações intercontinentais que tal globalização provoca para se desenvolver estão a tornar as cidades mais desumanas e vulneráveis socialmente.
O avanço tecnológico, verificado nos últimos anos, facilitou as comunicações, generalizou a informação e permitiu um menor esforço físico no trabalho. A abertura de novas infra-estruturas viárias e o desenvolvimento da mecânica na indústria automóvel fizeram diminuir o tempo-distância. Por sua vez, as descobertas no campo da medicina aumentaram, nos países desenvolvidos, a esperança média de vida e permitem uma luta mais eficaz contra as doenças endémicas nas regiões marginalizadas do planeta. Estes factos justificam uma maior mobilidade do trabalho, melhor informação e mais fácil comunicação, o que permite que, em muitos países, as pessoas exerçam simultaneamente mais do que uma actividade ao longo da sua vida.
No entanto, apesar de tais progressos, continua a verificar-se o êxodo das populações dos campos e serras para a cidade e para o litoral, à procura de subsistência, qualidade de vida, trabalho melhor remunerado e perspectivas de vida mais abertas e até ascensão social.
Para tal êxodo, tem também contribuído a decadência da agricultura tradicional. Em muitos casos, a industrialização da agricultura tem provocado a exaustão do solo, pelo excesso de fertilizações e da aplicação de pesticidas químicos, a destruição da compartimentação e da zonagem da paisagem, para dar lugar a extensas monoculturas, quer cerealíferas, quer florestais, que comprometem o equilíbrio ecológico, a estabilidade física do território e diminuem drasticamente a biodiversidade.
A estrutura da paisagem rural que garantia o funcionamento ecológico dos agrossistemas é, por sua vez, sistematicamente, destruída e a agricultura, abandonada. Uma das causas para essa destruição é a proliferação de moradias com jardim e dependências anexas, que aparecem ao longo das estradas, desintegradas dos povoados existentes e de qualquer relação com a ruralidade em que se inserem.
A situação exige uma nova visão da agricultura e do ordenamento, consentânea com as novas relações campo-cidade e com a necessária sustentabilidade ecológica e estabilidade do território. (…)
Há muito que as mais importantes cidades romperam as muralhas que as defendiam e ultrapassaram os limites administrativos e políticos que, em tempos passados, as defendiam.
A cidade, no século XXI, será uma região em que o espaço edificado se tem que compatibilizar com o espaço natural, sem o qual a sua existência, como valor humano, será impossível.
A estrutura ecológica básica constituída, fundamentalmente, por elementos organizados em ecossistemas (espaço natural), deverá conjugar-se harmoniosamente com as áreas edificadas, construídas, principalmente, com materiais inertes (espaço edificado). A estrutura ecológica deverá relacionar os valores e vivências da cidade com os da natureza e da ruralidade.
A estrutura ecológica apoia-se não só na morfologia da paisagem e nas circunstâncias ambientais, como também contribui para responder a muitas necessidades, físicas e espirituais do Homem."


Texto (fragmento) escrito pelo Arquitecto Paisagista Professor Gonçalo Ribeiro Telles para o prefácio do livro "A Arquitectura Paisagista - Morfologia e complexidade (Editorial Estampa, Lisboa, 2001) da também Arquitecta Paisagista Manuela Raposo Magalhães, professora de Ordenamento do Território (I, II e III) no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa.
Penso que a ideia da mensagem que o professor Ribeiro Telles quis passar está bem patente no fragmento de texto apresentado.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Breve ensaio sobre o Humanismo no Paisagem

Esta semana tive mais um apoio à cada vez mais confirmada tese sobre a importância da Arte, da sua História e da sua compreensão no campo da Arquitectura Paisagista, apoio esse manifestado indirectamente por uma das professoras de Projecto 1. A minha tese foca fundamentalmente no ideia que nesta licenciatura não se dar demasiada importância ao ramo das humanidades, e isso manifesta-se na qualidade de informação que é fornecida aos alunos, que são obrigados a empinar matéria que eu demorei três anos no secundário a compreender, que segundo o docente da cadeira de História da Arte, o digníssimo professor José Manuel Ferrão, se exprime num “Apenas para terem um conhecimento geral sobre a História da Arte”, ideia completamente errada e pasmosa.

Eu, um mero aluno de Arquitectura Paisagista, vou completamente contra à ideia que se faz das Humanidades nesta área multidisciplinar. O facto reside que no ISA relativamente à Arquitectura Paisagista dá-se quase e só importância às ciências, o que é fundamental, porque é com as disciplinas cientificas que vamos lidar diariamente na nossa profissão, seja no campo do Projecto, seja no Ordenamento do Território, ou na consultadoria prestada a outras identidades, mas as Humanidades também são extremamente importantes. Isto vai na linha do meu pensamento porque que nós somos artistas, queiramos ou não, e vamos criar Arte com os meios que nos são disponibilizados: material vegetal, geologia-litologia, água e luz, entre outros igualmente importantes, exportando do nosso ser os conceitos estéticos e éticos para esses materiais.

Bem, este processo só se desenrola competentemente se nós soubermos, compreendermos e conseguir-mos captar a matriz fundamental dos vários períodos e expressões técnicas e plásticas da Arte e do Design. Porquê? Porque nos permite ter uma maior capacidade de domínio e canalização das ideias correctas para um determinado projecto ou recuperação/ preservação paisagística, através de determinadas directrizes expressivas, que quando são do conhecimento do projectista, lhe vão dar um outro simbolismo, uma outra caracterização, em vez de uma opção amorfa de estilo e qualidade inferior, o que acontece muitas vezes. Além do mais, a paisagem está constantemente em metamorfose, sendo a paisagem de Ontem diferente da de Hoje e muito mais da do Amanhã, que caracteriza um povo, uma época, um estilo e uma sociedade, que ao ter um determinado nível cultural, vai fazer-se reflectir em muitos campos, como os hábitos, a Arquitectura, etc. ou seja, todos os “caminhos vão dar à Paisagem”. Não é desconhecido do público geral que a paisagem da Antiga Roma é diferente da Idade Média, que é diferente da do Renascimento, e assim sucessivamente até aos dias de Hoje, a contemporaneidade.

É neste conjunto de reflexões que vejo hoje arquitectos paisagistas a terem a sua formação com um frágil e antagónico nível cultural, que deveria ser sólido, porque o Futuro constrói-se Hoje e não amanhã. Imaginemos que nos surge um cliente que nos encomenda um jardim ou um parque que obedeça a uma ideia Romântica. É obvio que o arquitecto vai basear-se nos jardins Românticos. Mas o que estaria por traz dessa concepção de Jardim? Qual a sua força Impulsionadora? Os conhecimentos adquiridos durante a sua formação são escassos e não lhe permitem desenvolver uma ideia concretizadora suficientemente boa, sendo o resultado mais pobre, mais insignificantes, estando o projecto condenado a uma mediocridade que não foi a inicialmente solicitada. Outro exemplo prende-se com a renovação de um espaço, ou mesmo com a implantação de um espaço verde de raiz. Aí, o projectista deverá ter a capacidade de avaliar o espaço, a sua conceptibilidade, o seu íntimo, através de quê? Dos elementos existentes, que traduzem a alma de um período qualquer (que até pode ser o actual), para uma sociedade qualquer, que se não for bem feita, fará grande estrago ou reduzir-se-á ao mesmo que o do exemplo anterior. Ao ter em mãos a tarefa de ordenar uma paisagem, este já outro exemplo, terá que se fazer a mesma avaliação que no exemplo anterior, compreendendo a alma do espaço, o que ele nos diz, e isso só se consegue se tivermos uma sensibilidade estética, ética bem apurada, descortinando o que cada pedra, cada árvore, cada casa e cada pessoa nos dizem. Basicamente vai comportar-se como um músico, que olha para uma pauta e reproduz com facilidade o que lá está escrito, se bem que um leigo veja uns rabiscos e símbolos giros que nada lhe diz.

Nós, Arquitectos Paisagista, somos como os músicos, temos que ter a capacidade de ler a pauta com a maior das facilidades se queremos receber aplausos, e isso só chega se ensaiarmos e soubermos o que o compositor tinha em mente no momento da contextualização da composição. Não quero com este paleio todo descaracterizar o papel das ciências no processo de formação dos arquitectos paisagistas, até pelo contrário, mas sim deixar o meu testemunho que as humanidades tem igual valor, e no entanto são depreciadas, perdendo-se a oportunidade de formar pessoas entendidas nas duas áreas, que no Futuro a curto prazo poderiam fazer realmente a diferença.